terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ode ao olhar

A encantadora magia do olhar paralisa o móvel
Que congela e vive congelado em seu polo
Gravando nos imensos paredões as fotografias
Que tanto acalmam seus olhos
Resistindo até ao mais austero derretimento
Ou não

O olhar se perde em meio a tantos olhos
Que em suas duras avaliações
Sentenciam o irreversível
E em suas puras inocências
Dão asas ao martírio

O olhar age como um muro rígido e opaco
O olhar toma a forma de um farol ainda a encontrar um rumo
O olhar age como pedras a deixarem-se deslizar a cachoeira
O olhar constrói pontes que muitas vezes não são atravessadas
O olhar nada mais é do que apenas olhar